quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

Estamos praticamente no final de 2008 e poderíamos dizer que este ano foi de facto para esquecer, o 4º Lugar no Campeonato, atrás de um surpreendente Guimarães, eliminados da Taça UEFA aos pés de um Getafe (equipa que luta pela manutenção em Espanha) e eliminados pelo Sporting na taça de Portugal, em Alvalade por uns expressivos 5-3, tudo isto aconteceu na época passada e não são motivos para recordar o quer que seja, mas sim para aprender com os erros, algo que me parece não ter acontecido...
Esta época as coisas não estão melhores fomos eliminados da Taça UEFA, num grupo que se avizinhava difícil mas que obrigatoriamente teríamos que passar, admitia-se perder pontos com o Olympiakos e Galatasaray, mas Hertha e Metalist eram vitórias obrigatórias. Na taça de Portugal fomos eliminados pelo Leixões, que tem estado em grande forma, e apesar de no campeonato estarmos em 1º lugar, a equipa demonstra muita instabilidade nas suas exibições, jogos em casa com Setúbal, que já viveu melhores dias, e com o Nacional, que está muito bem organizado, são para vencer. Foram na minha opinião 4 pontos desperdiçados que irão fazer muita falta no final do campeonato.
Creio que Quique Flores terá de rever o seu 4x4x2, pois parece-me ser um sistema demasiado frágil com equipas que se fecham muito e que sabem preenchem o meio campo.
Espero e desejo que o ano de 2009, tragam muitas vitórias, com exibições convincentes e que consigam manter o nível, porque os milhões que se investiram têm de começar a dar frutos ou arriscamo-nos a ter de fazer uma nova travessia no deserto para voltarmos a sermos campeões.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O segundo ciclo

Confesso que após o jogo com o Nacional, apeteceu descarregar a minha raiva e destilar um monte de críticas às prestações do glorioso, contudo, optei por deixar arrefecer os ânimos, apreciar a alegria desta quadra e só depois escrever a análise ao segundo ciclo da época.
É óbvio que a situação não é boa, perante as responsabilidades e objectivos do clube, o Benfica chega a 2009 com dois enormes falhanços, a eliminação precoce na Taça de Portugal e a humilhante saída da Taça UEFA, terminando em último lugar num grupo considerado acessível. Este descalabro é fruto de um futebol demasiado previsível com raras mudanças de velocidade e pouco pressionante sobre o adversário, vícios mantidos do passado. Neste segundo ciclo o Benfica realizou 14 partidas, obteve 6 vitórias, 5 empates e 3 derrotas, marcou 20 golos e sofreu 13 tentos, fraco registo se analisarmos o grau de dificuldade dos adversários.
Mas nem tudo é mau,finalmente, o glorioso ultrapassou o estigma da liderança e instalou-se no poleiro da liga. Fosse o Benfica capaz de transformar os fugazes momentos de bom futebol em longos periódos de jogo e estariamos com uma vantagem mais larga no campeonato. Materia prima existe e de qualidade. Não é demais lembrar que os encarnados partiram em desvantagem para os principais opositores, tripeiros e lagartos mantiveram a equipa técnica e o modelo de jogo, os encarnados mudaram tudo. O Benfica foi quem mexeu mais na equipa base, em relação à época passada fez 6 alterações, enquanto os tripeiros fizeram e os lagartos apenas 3. O Benfica tem sido também a equipa que faz mais rotatividade, prejudicando por um lado a criação de rotinas, se somarmos os minutos de utilização do onze base verificamos que representam 64% do tempo total de jogo, contra os 71% dos lagartos e 74% dos tripeiros. Apesar das condicionantes, coisas boas existem, desejamos todos é que sejam mais efectivas.
Para o novo ciclo, que eu defino até à final da Taça da Liga, o Benfica tem dois objectivos a concretizar, a conquista da referida taça e a manutenção da liderança no campeonato.
A terminar vou deixar uma ideia minha, como treinador de bancada, que julgo melhoraria o futebol encarnado. No 4-4-2 implementado por Quique Flores, a dupla de medios centros assume um papel nevralgico garantindo a estabilidade da equipa, é na dinamica e eficácia dessa dupla que reside o sucesso e insucesso do Benfica esta época. Quique já experimentou várias duplas umas melhores que outras mas, na minha opinião, nenhuma verdadeiramente eficaz. Tem faltado um companheiro a Katsouranis, o único unanimamente indiscutível, devido ao seu futebol culto tacticamente, Binya é exclusivamente defensivo, Carlos Martins é apenas ofensivo e Yebda é equilibrado mas falta dimensão ao seu futebol. Como tal, acredito que o companheiro ideal seria o Ruben Amorim por se integrar na manobra defensiva e, sobretudo, por executar bem a transição ofensiva ao fazer uma boa leitura de jogo.
Fica a sugestão.
Desejo a todos um feliz 2009.