terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O segundo ciclo

Confesso que após o jogo com o Nacional, apeteceu descarregar a minha raiva e destilar um monte de críticas às prestações do glorioso, contudo, optei por deixar arrefecer os ânimos, apreciar a alegria desta quadra e só depois escrever a análise ao segundo ciclo da época.
É óbvio que a situação não é boa, perante as responsabilidades e objectivos do clube, o Benfica chega a 2009 com dois enormes falhanços, a eliminação precoce na Taça de Portugal e a humilhante saída da Taça UEFA, terminando em último lugar num grupo considerado acessível. Este descalabro é fruto de um futebol demasiado previsível com raras mudanças de velocidade e pouco pressionante sobre o adversário, vícios mantidos do passado. Neste segundo ciclo o Benfica realizou 14 partidas, obteve 6 vitórias, 5 empates e 3 derrotas, marcou 20 golos e sofreu 13 tentos, fraco registo se analisarmos o grau de dificuldade dos adversários.
Mas nem tudo é mau,finalmente, o glorioso ultrapassou o estigma da liderança e instalou-se no poleiro da liga. Fosse o Benfica capaz de transformar os fugazes momentos de bom futebol em longos periódos de jogo e estariamos com uma vantagem mais larga no campeonato. Materia prima existe e de qualidade. Não é demais lembrar que os encarnados partiram em desvantagem para os principais opositores, tripeiros e lagartos mantiveram a equipa técnica e o modelo de jogo, os encarnados mudaram tudo. O Benfica foi quem mexeu mais na equipa base, em relação à época passada fez 6 alterações, enquanto os tripeiros fizeram e os lagartos apenas 3. O Benfica tem sido também a equipa que faz mais rotatividade, prejudicando por um lado a criação de rotinas, se somarmos os minutos de utilização do onze base verificamos que representam 64% do tempo total de jogo, contra os 71% dos lagartos e 74% dos tripeiros. Apesar das condicionantes, coisas boas existem, desejamos todos é que sejam mais efectivas.
Para o novo ciclo, que eu defino até à final da Taça da Liga, o Benfica tem dois objectivos a concretizar, a conquista da referida taça e a manutenção da liderança no campeonato.
A terminar vou deixar uma ideia minha, como treinador de bancada, que julgo melhoraria o futebol encarnado. No 4-4-2 implementado por Quique Flores, a dupla de medios centros assume um papel nevralgico garantindo a estabilidade da equipa, é na dinamica e eficácia dessa dupla que reside o sucesso e insucesso do Benfica esta época. Quique já experimentou várias duplas umas melhores que outras mas, na minha opinião, nenhuma verdadeiramente eficaz. Tem faltado um companheiro a Katsouranis, o único unanimamente indiscutível, devido ao seu futebol culto tacticamente, Binya é exclusivamente defensivo, Carlos Martins é apenas ofensivo e Yebda é equilibrado mas falta dimensão ao seu futebol. Como tal, acredito que o companheiro ideal seria o Ruben Amorim por se integrar na manobra defensiva e, sobretudo, por executar bem a transição ofensiva ao fazer uma boa leitura de jogo.
Fica a sugestão.
Desejo a todos um feliz 2009.

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