quarta-feira, 8 de abril de 2009

Estranho emprego - Treinador do Benfica

Aviso prévio: Continuo a apoiar a continuidade de Quique Flores

Eu aceito que há dias em que as coisas não correm bem mas, ainda assim, como é possível o Benfica jogar daquela forma na Reboleira? Não acredito que tenha sido apenas um dia mau, pois já são dias maus a mais para isolar este jogo. Com um inicio de temporada prometedor, é difícil entender este retrocesso a um estado exibicional tão primitivo. É incompreensível a forma como a equipa se tem exibido nos últimos tempos. A bola parece quadrada e anda ali aos repelões, ninguém pensa o jogo, a equipa adopta uma postura submissa, sente-se mais à vontade no contra-ataque, usa e abusa do futebol directo e do pontapé para a frente, um lance com mais de três passes certos surge como excepção e, é incapaz de matar o jogo quando surge a oportunidade. O Benfica é a imagem de um grande que joga à pequeno. A realidade é que ao fim de 9 meses de trabalho e 37 jogos realizados, o futebol da equipa não convence ninguém.
Na minha perspectiva, Quique Flores tem cometido alguns erros que ajudam a explicar o actual estado das coisas.

1º O titular da baliza

Num posto sensível como é o de guarda-redes, a não existência de um titular indiscutível provoca insegurança, pois o medo de errar é maior. Apesar de considerar Quim o melhor, esta rotatividade é prejudicial.

2º O parceiro de Luisão

Outro posto sensível que continua indefinido. A dupla de centrais deve-se conhecer bem para criar as suas rotinas e dinâmicas. Na Reboleira, Quique apresentou a 6ª dupla esta época e, mostrou a Sidnei que é agora o 4º central, quando já foi o 2º.

Katsouranis e Yebda

A insistência nesta dupla tem retirado dinâmica à equipa. Yebda parece mais um clone barato do grego, do que o seu complemento em campo. A ausência de um jogador mais culto, tem prejudicado a fluidez do futebol encarnado.

Desperdício de talento

O Benfica investiu nas duas últimas épocas 60 milhões de euros na construção do plantel, talento existe, no entanto, só esporadicamente ele desfilou nos relvados. Quique como timoneiro não pode fugir a esta responsabilidade.

Mas a verdade, é que Quique Flores não está a enganar ninguém, ele não prometeu nada aos benfiquistas, apenas que iria tentar encurtar as distâncias para os rivais e, bem ou mal, isso aconteceu. Muitos tem apontado o seu discurso como ponto digno dos pergaminhos do clube, pessoalmente, vejo-o como correcto e incisivo ao colocar o dedo nas feridas. Com tudo isto, o espanhol coloca-se a jeito para pertencer ao rol dos estranhos relacionamentos, entre treinador e clube. Se recordarmos os treinadores do reinado de Luis Felipe Vieira, temos:

- Trappatoni, depois de ser campeão quis pirar-se daqui
- Koeman, concentrou-se na Liga dos Campeões ansiando um contrato que o levasse
- Fernando Santos, nem o cartão de socio evitou que lhe puxassem o tapete
- Camacho, fugiu a sete pés
- Chalana, apenas por que não havia mais ninguém

Tivemos treinadores portugueses e estrangeiros, prestigiados ou em inicio de carreira, jogando bem ou jogando mal, com vontade de ficar ou desejosos de sair, nenhum criou raizes no clube, veremos o que está reservado a Quique Flores.

Eu reafirmo a convicção de que ele deve continuar e, desculpem-me os benfiquistas, à falta de melhor argumento, acredito por que Rui Costa também acredita.

2 comentários:

editor69 disse...

Concordo...nem mais!

C@rl0s disse...

De facto é triste estarmos no final de mais um época e continuarmos a não apresentar um futebol digno dos milhões que temos investido.
E Quique não poderá ser desresponsabilizado deste facto, o trabalho apresentado começa a ser escasso para o investimento feito.
Força Benfica, a que ter esperança...