terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A questão táctica

A táctica apresentada por Quique Flores, continua a ser um tema bastante discutido entre os adeptos encarnados. O descontentamento instalou-se devido à irregularidade exibicional e à inconstante nos resultados. Avaliando o plantel encarnado, julgo que ele está mais talhado para jogar num 4-3-3 do que no 4-4-2, devido à presença de extremos puros( Di Maria e Urreta ), organizadores de jogo( Aimar e Martins ) e ponta-de-lança fixo( Cardozo ). Contudo, penso que o problema não é da táctica, como benfiquista e treinador de bancada, sempre defendi e defendo que qualquer táctica pode ser vencedora, desde que o treinador e os jogadores a consigam interpretar. Na minha opinião, toda e qualquer táctica assenta em três vectores primordiais, concentração defensiva, capacidade de trabalho e velocidade de execução. A origem do desagrado surge, exactamente, na incapacidade de executar o modelo. Vejamos.



- O momento defensivo

O principio defensivo do 4-4-2, diz que as três linhas devem estar próximas umas das outras, para ocupar os espaços e aniquilar a zona de construção de jogo adversária.
O Benfica tem feito o contrário, as linhas jogam afastadas dando muito espaço ao adversário para construir o seu jogo.

- O momento ofensivo

Numa táctica onde, raramente, coabita um maestro que paute o jogo, as transições ofensivas são feitas, sobretudo, pelas faixas com passes e desmarcações rápidas para surpreender os adversários.
O Benfica, raramente, tem surpreendido os adversários, quase sempre apresentando um futebol lento e demasiado previsível na sua construção.

O incumprimento destas fases do jogo revela que o trabalho desenvolvido não é satisfatório. Incompatibilidade, inadaptação ou incompetência, podem ser várias as razões que fazem o 4-4-2 ser alvo de criticas, mas digo sem rodeios, fosse qual fosse a táctica as razões persistiriam. O problema não é a táctica. O problema é a equipa não transmitir o lema do clube, ET PLURIBUS UNUM. Não estou aqui a mudar o alvo das criticas, até porque a equipa é o reflexo do clube e o clube é de todos, mas é fundamental que o lema seja a força dominante no Benfica. Cabe ao presidente e à direcção transmitir a divisa, os técnicos e os jogadores assimilá-la e retribuir dedicação e, os adeptos serem gratos e apoiarem.
É de mística que falo.

2 comentários:

Antlp disse...

Uma coisa é certa, tirando a "inconstância da UEFA", e o infortúnio da Taça, 1 derrota na Liga (já não é pouco!), apesar de reconhecer a irregularidade da exibição, as vitórias têm aparecido, com mais ou menos dificuldade e sofrimento...

Se nos lembrarmos dos últimos anos (décadas), percebemos que, neste época, algo de positivo está a evoluir no Benfica...

As mentalidades, as místicas são um processo moroso e díficil de atingir, é um lento caminhar de maturação, são precisos uma série de factores...

Para mim o principal, uma vez que não temos os milhões dos grandes clubes da Europa (esses ganham mais vezes), é toda a envolvente, a estima, a onda de confiança e de carinho que rodeia a equipa, a autenticidade dos dirigentes que protege e direciona estratégias, a paciência e a motivação que se transmite, para obter os frutos...

Mais do que o desenho táctico dentro do campo, é a união e o espírito de sacrifício, a cumplicidade entre todos, a confiança que se vai adquirindo...

E isto tem-se notado, apesar de tudo, porque há uma diferença ténue entre o sucesso e o fracasso num jogo de futebol, é como um jogo de boxe, é a moral que se vai adquirindo, durante cada jogo, jogo após jogo...

Por tudo isto, eu acho que mesmo assim,é preciso continuar a acreditar, e fazer ouvir o nosso apoio...

Não fui sucinto e corri os riscos inerentes de me dispersar, não saber transmitir o que penso...

Nuno@ disse...

Mas a definição de mistica é mesmo isso, não é algo que se defina facilmente e, por isso, é complicado exprimir ou falar dela.